Pet Educampo Conhece

Intercâmbios são valiosas oportunidades de promover o aprendizado além dos muros
da Universidade, permitindo aos jovens levantarem hipóteses, descobrirem novos
conhecimentos e vivenciem na prática o que aprenderam em sala de aula. A
possibilidade de conhecerem diferentes realidades, contextos culturais e atividades
desenvolvidas por diferentes sujeitos do/no campo para superação das desigualdades
de sociais e o desenvolvimento de outras formas de viver e produzir no campo é
excelente para estimular petian@s na formulação e desenvolvimento de repertório
que contribuirá para uma atuação mais coerente e transformadora como
educadores/as do campo.


PET EDUCAMPO CONHECE A FUNDAÇÃO CASA GRANDE

Entre os dias 26, 27, 28 e 29 de outubro, a bolsista do PET Educampo Cynthia Claudia Romero, visitou o projeto da Fundação Casa Grande, em Nova Olinda, Ceará.

Foram quatro dias intensos de aprendizado, conhecendo atividades que crianças e jovens realizam na Fundação e conversando com algumas mães que acompanham de perto os passos e conquistas de cada um deles.  Na Casa Grande o trabalho começa cedo, quando as crianças chegam por volta de 06:40h para abrir as portas do Memorial do Homem Kariri, realizando tarefas de organização e limpeza do espaço. Elas brincam enquanto ficam atentas a chegada de algum visitante que será guiado pelo memorial, explicando a importância de cada sala de exposição. Eles fazem o percurso da casa toda, mostrando também os espaços de laboratórios, biblioteca, teatro e estudo de rádio. Logo eles voltam a brincar.

Mais tarde alguém os chama para fazer o programa de rádio e eles seguem para esta nova tarefa, brincando e aprendendo! O dia e as horas vão passando. São crianças e jovens que viajam para outros estados e países como representantes da Fundação, dando entrevistas, apresentando exposições, fazendo apresentações musicais, dentre outros. Vão ensinando e aprendendo por cada lugar que passam.

Desde 1992, ano que o Memorial do homem Kariri abriu suas portas, as crianças foram chegando e ocupando o espaço que hoje abriga a Fundação, um restaurante, um café e um teatro.

As portas da casa abrem às 7:00 e permanecem abertas até às 22:00 h. Tem momentos em que as crianças da comunidade entram para jogar bola ou brincar no parquinho e horas em que existe uma calmaria, pois estão todos ocupados desenvolvendo alguma tarefa. Tem dias de mutirão de limpeza e tem dias de todos irem no cinema que fica na cidade vizinha, Juazeiro do norte, por conta de um Festival que lá acontece. Tem semanas de eventos, como a Mostra Sesc Cariri de culturas que terá lugar nos dias 16 a 20 de novembro e em que todas as crianças ficam envolvidas com a movimentação da casa, especificamente do teatro e das apresentações, cuidando do som, imagem, recepção e fotografia.

O que mais chama a atenção é a forma em que eles aprendem enquanto brincam, enquanto estabelecem vínculos com as outras crianças e com as responsabilidades das tarefas. Todos vão passando pelas várias funções da casa até encontrar uma com a qual se identificam e decidem se aprofundar, então os mais velhos auxiliam para que isso também aconteça de forma natural, brincando.

O projeto também contempla as pousadas domiciliares, que são de algumas mães das crianças que participam da casa e que surgiu como demanda para atender aos turistas que visitam a fundação. Elas são oito atualmente e se organizam mediante um sistema de rodízios para receber os visitantes, dando oportunidade de todas as pousadas se beneficiarem. As mães se reúnem periodicamente para conversar sobre as reservas e eventos agendados.

O restaurante situado dentro da fundação é administrado por uma das mães também. Tem também uma lojinha que comercializa camisetas que retratam a fundação, Nova Olinda e o Crato, servindo como fonte de renda para outras famílias.

Muitos dos que passaram pela casa quando crianças, hoje tem curso superior e trabalham em outras cidades, mas sempre voltam para a Fundação Casa Grande para alguma atividade pontual ou simples visita. Eles gostam de voltar, de reencontrar os amigos, de conhecer as novas crianças. Eles dizem: “a gente sai da Casa Grande, mas a Casa Grande nunca sai da gente”. E penso que agora entendi o por que, simplesmente porque é um lugar “encantado” em que respira-se educação, respeito, responsabilidade, compromisso, criatividade, liberdade e amor.

Muito obrigada a todos e todas pelo tempo compartilhado, pelas conversas e ensinamentos! Vou levar para sempre esta experiência no meu coração!

Texto/Fotos: Cynthia Claudia Romero


PET EDUCAMPO CONHECE O CENTRO POPULAR DE CULTURA E DESENVOLVIMENTO – CPCD, EM ARAÇUAÍ, MINAS GERAIS

A bolsista Dara Ferreira visita o projeto CPCD, pelo PET Conhece

Entre os dias 04 a 07 de Dezembro viajei para conhecer Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD) e outros projetos sociais desenvolvidos em Araçuaí (MG).

O CPCD realiza inúmeros projetos em Araçuaí, município situado no Vale do Jequitinhonha (MG). O Ser Criança é um local de aprendizado e atualmente atende 160 crianças no contra turno da escola. Há também a cooperativa Dedo de Gente e, dentro desta, as fabriquetas de tinta de terra, marcenaria, serralheria produção de software. As fabriquetas foram construídas para que os jovens possam ter uma atividade remunerada, e também se desenvolva o espirito de trabalhar em equipe, processo este que se inicia dentro do projeto ser criança. Tem como objetivo o trabalho coletivo, aprimorarem dos conhecimentos e o resgate da cultura. A marcenaria hoje é composta por três jovens. Já trabalhou com a produção de moveis entretanto devido ao pouco mercado para as peças começou a produzir pequenos objetos de decoração.

A serralheria usa como matéria prima das suas criações sucata, e reproduz as peças com ferro industrial, Felipe que trabalha no projeto já 10 anos diz “a sucata é única, não podemos e nem temos como produzir todas as peças com a sucata.”

Neste ano de 2018 está sendo realizado um projeto nas comunidades rurais Vale água vale vida,com a implementação de banheiros seco, pequenas hortas nos quintais das famílias e o cercamento das nascentes, visando que todos tenham água e que esta chegue até as suas casas.

A implementação do banheiro seco e da horta, surge do mapeamento das necessidades enfrentadas no campo, dinheiro este que venho do Projeto vale agua vale vida, que possibilitou a implantação, com o objetivo de melhorar as condições de vida no campo, pelas famílias das comunidades, Malhada preta, Giral (comunidade quilombola) tesouras etc.

Além de conhecer, pude participar de algumas ações práticas desenvolvidas pelo CPCD. No dia 05/12, participei da instalação do banheiro seco e da horta na casa da Dona Sebastiana na comunidade do Giral, que neste dia era a finalização do projeto, com a pintura do banheiro seco e também a instalação a da sua horta

Em virtude dos fatos mencionados acimas, não há palavras para descrever a tamanha emoção ao ver as lagrimas de dona Sebastiana ao ver finalmente o banheiro pronto para usar, sua horta já instalada. Uma emoção que não consigo descrever em palavras, pois nunca havia sentido algo dessa forma.

 

 

Levando em consideração cada momento dessa incrível experiência em conhecer um projeto de educação popular que é movida pela cultura percebo o qual importante e fundamental é o papel de educador, neste caso de educadora do campo, que leva em consideração a realidade dos sujeitos envolvidos e também que se pode fazer a diferença, mesmo no simples fato de ofer

ecer um copo de água a alguém.

Deixo registrada aqui o enorme carinho, respeito a todas as pessoas envolvidas com o CPCD e que fazem esse projeto maravilhoso acontecer em especial as pessoas que me acolheram e me conduziram pela experiência, a Ana Paula, Patricia, Edilúcia, Edivete, Celso, Marton, Trick, Paulo Rafael, Nadson. Agradecer a minha tutora Thaíse por proporcionar aos seus bolsistas a oportunidade de conhecer projetos e destes ter certeza que podemos e devemos fazer a diferença e aos meus companheiros e amigos bolsistas do PETeducampo.

Texto/fotos: Dara Ferreira


PET EDUCAMPO CONHECE O PROJETO SERVIÇO DE TECNOLOGIA ALTERNATIVA – SERTA EM PERNAMBUCO

O bolsista Lucas Ruth Furtado visita o projeto SERTA, pelo PET Conhece.

Durante os dias 03 a 07 de dezembro de 2018, participei de uma experiência inesquecível, a visita ao Serta e  o centro de ensino em agroecologia no município de Glória do Goitá, Pernambuco e região. Esta visita só foi possível por causa do PET CONHECE, subprojeto do Programa de Educação Tutorial da Educação do Campo (PET Educampo).

Durante a visita fiquei em contato direto com pessoas que participam ativamente do Serta, sendo na organização dos espaços, professores, colaboradores e estagiários. Foi de grande valia como formação e também como material de pesquisa para nosso livro.

O objetivo da visita foi conhecer a experiência apresentada por Abdalazis de Moura, um dos fundadores do projeto Serta e da Peads (Proposta Educacional de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável), no PET CONVIDA realizado, com êxito, no dia 06 de novembro de 2018

O Serta foi criado em 1989 por um grupo de jovens que participavam de um projeto de capacitação (CECAPAS) juntamente a produtores rurais de PE que sofriam com as fortes estiagens no sertão do estado. Esse mesmo grupo mesmo após o final da ação com os agricultores pelo projeto, deram continuidade em seus trabalhos nas capacitações informais de jovens rurais. Com o passar dos anos vendo que o movimento cresceu, refletiram sobre começar a ocupar demais espaços educativos, na transformação de vida e educação de jovens, então pensaram em mobilizações com professoras das redes municipais de ensino, escolas e lideranças políticas.

A Peads é uma proposta que visa, por meio da escola, transformar a realidade dos estudantes e famílias do campo de Pernambuco. O grupo de jovens que vinham desde 1989, através do que chamam hoje de Serta, estudando a realidade das famílias camponesas de Pernambuco, perceberam que para mudar a realidade dos jovens do campo, e agricultores, precisavam mudar a escola, e para mudar a escola teriam o desafio de melhorar a estrutura da educação como um todo, ou seja, mudar também o olhar das lideranças dos municípios.

Hoje o Serviço de Tecnologias Alternativas, já no auge dos seus trinta anos, vem capacitando jovens do campo através de seu curso técnico em Agroecologia, e apoiando as escolas que aderiram a metodologia da Peads. Vem sendo um centro de referência em sustentabilidade nas sedes Glória do Goitá, zona da mata norte em – PE e Ibimirim no sertão de – PE.

Passei os quatro dias fazendo entrevistas e conversas informais com pessoas ligadas ao Serta e visitas nas escolas da região que adotam a Peads. Na Escola municipal Maria José Monteiro, tive a oportunidade de vivenciar a devolutiva dos estudantes para a escola e pais, uma das principais etapas dentro da proposta que foi implementada com apoio da secretaria de educação do município de Vicência – PE.

Dentre as escolas visitadas se encontram duas da rede municipal de ensino infantil de Vicência – PE, ambas adaptaram a Peads para o ensino infantil e para as crianças da cidade. Outra escola visitada, também na rede municipal de Vicência, atende desde crianças dos anos iniciais até jovens do 9º ano, de famílias de pequenos agricultores e provenientes dos povos do campo. A última, mas não menos importante foi a Escola Estadual Dom Ricardo Vilela, situada em Nazaré da Mata – PE, numa região periférica da cidade, que atende jovens do ensino fundamental final, médio e EJA (educação de jovens e adultos). Esta escola aos poucos vai adotando a Peads, pois conta com a direção de uma professora que teve formação no projeto Serta, mas não tem a proposta em seu currículo, que segundo a direção e o próprio Serta, é projeto para os próximos anos, fazer com que escolas estaduais também adotem a metodologia da Peads.

Nessa escola tive a felicidade de participar de uma reunião de planejamento com o Professor Moura, onde foi discutido a maior participação entre a escola e o Serta, a adoção da metodologia Peads em seu currículo e a possibilidade dessa escola ser um polo do Serta em apoio a intercâmbios e demais ações que vem se propondo

Em resumo foi essa a minha vivencia, aprendi muito com as pessoas que tive contato, conheci a proposta em sua essência e pude trocar conversas muito significantes para a vida acadêmica e profissional nesses ambientes por onde passei. Aproveito para agradecer as pessoas que me receberam.

Texto/fotos:Lucas Ruth Furtado


PET EDUCAMPO CONHECE  PROJETOS SOCIAIS EM PARELHEIROS, DISTRITO DE SP

Entre os dias 02, 03 e 04 de outubro eu, Kátila Stefanes, bolsista do PET EduCampo tive a satisfação de conhecer alguns Projetos sociais desenvolvidos em Parelheiros, distrito de São Paulo/SP. O Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário (IBEAC) e o Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento (CPCD), através de suas e seus gestores, técnicos, bolsistas e voluntários, realizam um trabalho de alto impacto social e educacional, dando pistas para a transformação da sociedade brasileira. 

Comecei esta viagem de descoberta pela “Biblioteca Comunitária Caminhos da Leitura”, uma biblioteca autogestionada por jovens e que fica dentro de um cemitério, na antiga casa do coveiro. Um lugar aconchegante e que recebe muitas pessoas que adquirem, através desse espaço e das ações realizadas, um gosto maior pela leitura.

O “Centro de excelência – Vargem Grande Comunidade Saudável” desenvolve, junto com a comunidade, trabalhos de resgate da permacultura, ações de alfabetização de adultos, atividades de leitura, de dança e oficinas das mais variadas formas. Além disso, disponibiliza computadores e livros, conta com uma brinquedoteca, uma cozinha dedicada ao desenvolvimento da alimentação saudável, além de outros espaços para uso da comunidade.

As “mães mobilizadoras” com toda a força da mulher, buscam auxiliar gestantes e mães com crianças de 0 a 6 anos (não abandonando a partir dessa idade), com todo o cuidado que essa fase demanda, em 5 bairros diferentes em Parelheiros. Construíram algumas ferramentas para auxiliar essas mulheres nessa nova fase de vida, como a flor de mãe (um calendário de amamentação), uma bandeira que busca demarcar que naquela casa tem uma gestante ou uma criança pequena para a comunidade ter conhecimento, entre outras coisas.

A “casa das histórias” é um espaço colorido e divertido, que busca atender as crianças e a comunidade ao redor, trazendo todo o encanto da leitura e da cultura.

“As Amaras” são um grupo de mulheres que trabalham com alimentos saudáveis, aprendendo e desenvolvendo receitas e cardápios deliciosos na lógica da alimentação saudável para a comunidade.

São muitas atividades desenvolvidas pelas pessoas dessa localidade. Gostaria de aproveitar essa publicação e agradecer de coração, todas as pessoas que me receberam nesses projetos e me contaram algumas de suas histórias.

Aos jovens da Biblioteca Caminhos da Leitura, as mães mobilizadoras, as Amaras, as pessoas da Vargem Grande Comunidade Saudável e ao pessoal do IBEAC o meu muito obrigada! Foi um prazer estar esse tempo com vocês.

Texto/fotos: Kátila Stefanes